sábado, 6 de outubro de 2012

Encontro com os pesquisadores durante o 7º CBCT


 
Dr Dimitrious ao lado da Drª Mayana 


Por Antonio Jorge de Melo

Depois de passar uma agradável tarde com a nossa querida amiga Alexandra Szafir, retornamos ao auditório da Fecomércio no dia 04/10, agora para um encontro com os pesquisadores convidados do evento para um contato com os pacientes, familiares e cuidadores. Estavam lá os pesquisadores brasileiros Miguel Mitne e Mayana Zatz, e os pesquisadores internacionais, Dr Dimitrios Karussis-Departament of Neurology, Hadassa Medical, e Dr Kevin Heggan-Harvard University. Eles fizeram uma breve explanação sobre as pesquisas com células-tronco, e pouco depois foi dada a oportunidade para as perguntas.
Foi perguntado sobre a história do Rabino, e realmente o caso dele ainda não é conclusivo, porque segundo disse o Dr Dimitrios, tanto Miastenia quanto ELA causam sintomas similares. Na 2ª etapa do estudo, quando nova dose de células-tronco serão administradas ao rabino é que eles terão uma ideia mais clara sobre isso. A pergunta que optei em fazer foi sobre o possivel uso compassionado do tratamento com as células-tronco da Brianstorm no Brasil, da mesma forma que o Rabino fez. A resposta do Dr Dimitrious, pelo menos na minha opinião foi bastante evasiva e contraditória, pois ele disse que não valeria esse tipo de ação, pois não atenderia ao conjunto dos pacientes e os resultados não seriam significativos a pesquisa.Dr Dimitrios e Dr Kevin falaram aos pacientes que eles deveriam estar mobilizados, exigindo das autoridades públicas uma resposta as nossas necessidades, reconheceram que os pacientes de ELA vivem um clima de ansiedade e pressa, e que outras possibilidades terapêuticas também pudessem ser levadas em conta na expectativa dos pacientes, e não apenas a terapia com ct. Eles disseram que ainda há questões básicas para serem definidas com esse tratamento, como nº de injeções e local da aplicação. Tudo isso será discutido para que na continuação das pesquisas FASE II, essas questões estejam resolvidas.
 
Nessa altura do evento, a Silvia pediu para o que o mesmo fosse encerrado, mas muitas perguntas ainda não haviam sido feitas, as pessoas estavam receiosas e tímidas para fazer perguntas, e acabei pedindo a palavra para pedir aos pesquisadores que levassem em conta que ao paciente de ELA não resta nenhuma outra alternativa a não ser a morte, e diante desse argumento, qualquer outra questão tem menor significância. Minha colocação foi replicada pelo Dr Miguel, que também pautou suas avaliações na questão da cautela e da segurança. 
Um momento de grande consternação ocorreu quando a filha de um paciente de Brasília em prantos e muito emocionada pediu aos Dr Dimitrious para que seu pai fosse incluido em sua pesquisa clínica. Claro que a rsposta dele foi educada e gentil, mas a proposta foi prontamente desconsiderada.   
A Drª Mayana garantiu, e suas palavras foram ratificadas pelos demais pesquisadores,  que tudo que for possivel para que os tratamentos experimentais com ct comecem a ser feitos em pacientes de ELA o mais breve possivel será feito.
Ao final do evento, a impressão que em mim ficou foi de que o evento foi uma ação esvaziada e pouco produtiva, pois apenas 2 dos palestrantes convidados do evento compareceram, alem da Mayana e do Miguel. Senti a falta da Drª Lygia e do Dr Stevens no evento.  O tempo foi muito curto, e muitas outras perguntas poderiam ter sido feitas, mas o tempo não permitiu. Assim, podemos afirmar que foi possível extrair algo de bom e produtivo desse evento? Sinceramente, não consigo achar uma resposta a essa pergunta. Pois o que ouvimos ali na verdade é o mesmo discurso que já temos ouvido em outros eventos em outras ocasiões, o fato de que os pesquisadores devem ter cautela e cuidado na condução dos ensaios clínicos com ct em humanos, e a sensação de que não foi dito ali o que tanto gostaríamos de ouvir. Em meu “arsenal literário” havia perguntas a serem feitas a Drª Mayana, , a Drª Carolina (HCRP), ao Dr Stevens (LANCE/UFRJ) e ao Dr Dimitrios, que infelizmente terão que ficar para uma próxima oportunidade.


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